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sábado, 22 de maio de 2010

O dia em que o céu parou!




Esse post é dedicado ao anjos de pernas tortas Mané garrincha, um magico dentro de campo e um "malandro" fora deles. Através de um conto imaginarei a chegada dele no céu

Era um jogo divino. O céu estava abarrotado de serafins, querubins, anjos, fadas e duendes e mesmo espíritos malignos que se apertavam nas arquibancadas das nuvens, enquanto vendedores ambulantes faziam a festa com seus saquinhos de maça e uvas.

Jogava uma seleção de deuses gregos contra outra equipe, esta formada por deuses do resto do mundo. Júpiter era o destaque dos gregos. Ele desferia chutes potentes, verdadeiros raios, de modo que volta e meia se ouviam gritos como "ooooh!" de Hera, Afrodite e um monte de outras deusas que juravam serem suas mulheres exclusivas.

Mas havia também Hércules, um zagueiro parrudo e com cara de poucos amigos. Marte, um médio-volante incansável, e Plutão, um ponta-esquerda que jogava meio distante de seus companheiros.

Apesar disso, foi dele o passe para o primeiro gol: um lançamento preciso para Mercúrio, que entrou pela ponta tão rápido que parecia ter asas nos pés e cruzou para Vénus. Este mergulhou e, de peixinho, fez 1 a 0.

Mas o time adversário não estava lá para sparring. Como já disse, era uma seleção formada pelo resto dos deuses. Lá estavam Krishna, o goleiro de muitos braços. Osires, um beque de postura majestosa e que jogava de braços cruzados. Exu, um lateral-esquerdo que fazia faltas maldosas.

Odin e Thor, um meio-de-campo com entrosamento de pai e filho, e, principalmente, Tupã, a quem a torcida chamava de Tupãzinho e que era famoso por entrar durante as partidas e ajudar o time a reverter resultados negativos.

Acreditem ou não, foi o que aconteceu. Logo depois de ter entrado, Tupãzinho lançou de longe, e Buda, de barriga, decretou o empate.

Os gregos protestaram -alegaram impedimento-, mas Deus, Jeová, o Juiz Supremo, disse que se era verdade que a barriga de Buda estava um metro adiante do último zagueiro, não era menos verdade que o centro de seu corpo encontrava-se na mesma linha.

E assim terminou o primeiro tempo. A segunda etapa começou, e relâmpagos podiam ser vistos saindo do estádio das nuvens. Ninguém queria perder aquela partida, pois os derrotados seriam chamados de semideuses e outros nomes feios.

As entradas mais duras se sucediam. Era um jogo lá e cá, disputado com lances viris e jogadas que faziam o coração dos torcedores virem à boca. Contudo, o placar não se movia: continuava no 1 a 1.

Faltavam 20 minutos para o final da partida quando um sujeito acanhado entrou pelas portas do estádio, sentou-se a um canto e começou a comer amendoim num saquinho cor-de-rosa. Ficou ali assistindo ao jogo discretamente, tentando não chamar a atenção. Porém, Deus, que tudo vê, logo percebeu de quem se tratava e parou de apitar.

Em segundos a multidão murmurava: "É ele! É ele!". Os jogadores, envergonhados, não conseguiam realizar nem os lances mais fáceis.

E foi então que o Juiz Supremo e os dois capitães, Júpiter e Thor, se dirigiram humildemente até ele. Deus tomou a palavra: "Senhor, os jogadores estão embaraçados com a sua presença e não conseguem pensar em mais nada. Gostaria de perguntar, em nome de todos os que aqui estão, se o senhor se dignaria a descer até o campo e jogar dez minutos para cada lado. Seria uma grande honra para todos nós."

O homem disse que não, mas o estádio inteiro começou a gritar: "Entra!, Entra!". E ele, sem jeito, entrou.

Controlou a bola com maestria, deu dribles inesquecíveis e fez com que, naqueles 20 minutos, o céu ficasse em silêncio, como que hipnotizado pela grandeza da sua arte.

Foi assim a estréia de Mané Garrincha no céu.

Um comentário:

  1. Falou e disse!
    Melhor, tinha q ser do BOTAFOGO!! o//

    BjO cunhadex!*-*
    http://evesimplesassim.blogspot.com/

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